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Hoje eu Comecei a Dizer Adeus

  • Foto do escritor: Sergio Galletta
    Sergio Galletta
  • 22 de set. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 27 de set. de 2020

Foi por um período da minha vida, até que longo, que eu passei procuração à ele; com amplos e ilimitados poderes, para me representar em tudo e perante todos. Porque eu acreditava que sozinho eu não conseguiria dar conta, eu precisava de ajuda.


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Foram anos de parecer ser o que eu, verdadeiramente, não era.


Aprendi a fazer caras e bocas, a engolir sapo, a sorrir mesmo sem vontade, a concordar, só para agradar e ser simpático, a fazer o jogo do contente, para sair bem na foto e ser bem considerado.


Tudo para agradar a plateia, tudo por uma boa performance, para receber consideração e reconhecimento.


Mas, essa receita não fez de mim uma pessoa realizada, segura e feliz. Ao contrário, apenas alimentou a minha dependência, me afastou da minha essência, do meu melhor, da minha capacidade de ser autêntico, verdadeiro; e passei a ser uma réplica de mim mesmo,

vagando pela vida, na busca da realização pessoal.


Até que, de repente, acho que por inspiração divina, caiu minha ficha e comecei a perceber que estava no caminho errado.


Esse, efetivamente, não era o caminho da felicidade, da autonomia, da independência.


Foi quando eu percebi que o tempo passou, eu cresci, amadureci e que já posso caminhar por mim mesmo, firme e seguro das minhas potencialidades, consciente das minhas dificuldades, mas confiante na minha capacidade de superação e em condições de andar com as minhas próprias pernas.


Por isso comecei a dizer adeus ao meu personagem!


Agradecido por tudo que me pareceu útil com ele contar, reconhecendo a inconveniência da sua presença em mim, mas aceitando que, na vida, percorremos um caminho de aprendizados, através das experiências todas pelas quais passamos; e disposto a me resgatar, a aprender a tomar conta de mim, sabendo que eu sou perfeito e acabado, testado e aprovado pela vida.


Passei por poucas e boas, ou, por muitas e ruins, mas passei.


E, agora, me sinto cada vez mais firme e forte e determinado a me reconstruir, a me levar pelos caminhos que escolher, sem precisar depender de ninguém que possa fazer por mim aquilo que só a mim compete fazer.


Abro os meus braços e abraço a vida, respiro fundo e expiro lentamente e me coloco centrado, pleno, pronto para esse novo viver.


E essa sensação de liberdade não tem preço!


É assim que eu gosto de ser quem sou, é assim que é e será para todos os dias que me restam nesta vida, enquanto eu estiver por aqui.


Agora, em vez de assistir a vida, eu consigo me ver dentro dela, dentro da cena, sentindo o pulsar do meu sangue em mim e o oxigênio que me invade e me renova a todo instante.


Estou bem, estou em paz.


Agora sim ...



 
 
 

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